O método “What If”  é uma técnica de identificação de perigos/análise de riscos, baseada em um questionamento aberto de todo o processo, sistema, equipamento ou evento, questionando “o que aconteceria se…”.

O “What If” pode ser entendido como uma metodologia de brainstorming em que um grupo de pessoas experientes familiarizados com o processo a ser analisado, faz perguntas sobre alguns eventos indesejáveis ​​ou situações que começam com ” o que aconteceria se…”.

– O que aconteceria se for colocado mais deste ou daquele produto?

– O que aconteceria se a matéria-prima estivesse contaminada?

– O que aconteceria se ocorresse um temporal?

O objetivo é identificar os perigos, situações de risco, eventos específicos ou acidentais que poderiam produzir uma consequência indesejável e propor alternativas para a redução de riscos, através de perguntas relacionadas a qualquer condição anormal possível da instalação  cujas respostas (todas) devem ser anotadas por um secretário.

As perguntas são divididas em diferentes áreas relacionadas às consequências de interesse, incluindo a segurança elétrica, proteção contra incêndio, segurança pessoal etc, sendo em seguida cada área, analisada ​​por um grupo de pessoas com conhecimentos específicos.

Esta técnica normalmente verifica o processo, desde o início, começando com a recepção da matéria-prima e continuando com o fluxo normal, até o limite estabelecido pelo estudo.

O método What-if admite duas possibilidades:

  1. Questionamento livre: aplicando-o a pergunta “o que aconteceria se…” a qualquer aspecto que se considere relevante. ex: “o que aconteceria se houvesse mais produto na prateleira?”, “O que aconteceria se falhassem os freios?”, etc.

 

  1. Questionamento sistemático: focado nas áreas de intervenção das diversas especialidades presentes na instalação, como exemplo, eletricidade, trabalho em altura, canalização, etc, fazendo grupos de trabalho e reuniões em que se aplicaria a pergunta “O que aconteceria se? ” a cada processo de cada especialidade, registrando-se os riscos, consequências, causas, medidas de controle e medidas de emergência.

Questionamentos típicos

  1. Falta de insumos básicos: O que aconteceria se não houvesse ar comprimido, eletricidade, nitrogênio, água, vapor? (combustíveis, energia, gases, vapores);
  2. Mudança de composição: O que aconteceria se a qualidade das matérias primas sofresse variação? O que aconteceria se certas impurezas fossem introduzidas?
  3. Condições de operação não padrão: Quais são as consequências de variações das condições de operação normais (T, P, pH, etc.)? O que aconteceria se certas determinadas vazões fossem interrompidas ou variassem?

 

  1. Falha de material ou equipamento: O que aconteceria se alguns instrumentos sofressem “pane”? O que aconteceria se certos produtos vazassem para a atmosfera?  O que aconteceria se algumas válvulas não funcionassem corretamente?
  2. Regras de operação não respeitadas: Quais seriam as consequências, se certas regras de operação não fossem observadas?
  3. Consequências de incidentes externos à planta/unidade: O que aconteceria se houvesse incêndio nas unidades vizinhas?
  4. Consequências de incidentes internos à planta/unidade: O que aconteceria se ocorresse abertura de válvulas de segurança ou discos de ruptura? Como incidentes poderiam afetar as unidades ou as comunidades vizinhas?
  5. Manipulação de produtos: O que aconteceria se o produto fosse liberado para o solo, atmosfera, água, etc.?
  6. Resíduos: O que aconteceria se os resíduos não fossem armazenados ou tratados adequadamente?

Pontos fortes:

  • Estimula a criatividade;
  • Considera os riscos de várias fontes;
  • Considera diretamente causas, consequências e soluções;
  • Útil para treinar a equipe na identificação de riscos;
  • Eficaz para a análise qualitativa inicial.

Pontos Fracos:

  • Deve se concentrar na realização dos objetivos;
  • Alguns riscos poderão não ser identificados;
  • Depende fortemente da experiência do grupo;
  • O grau de dificuldade para sua elaboração aumenta na mesma proporção da complexidade dos processos.

 

No nosso próximo artigo iremos falar sobre: Como eliminar ou reduzir os riscos.

Decio Wertzner – Fazer Segurança – dezembro/2015.

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